Eu nasci no interior do Nordeste, em Ilhéus, Bahia.
No último ano do ensino médio ficou claro para mim que, se quisesse competir de verdade, teria que sair da zona de conforto. O vestibular não perdoava ingenuidade.
Deixei minha família e meus amigos e fui estudar no Colégio Sartre, em Salvador.
O choque foi imediato. Eu subestimei o tamanho do desafio. Não era apenas estudar mais — era competir com gente melhor preparada, mais segura, mais orientada.
Mesmo assim, eu tinha um objetivo claro: entrar em uma universidade pública de alto nível. Naquele momento, as melhores faculdades de Odontologia estavam concentradas no eixo Rio–São Paulo–Minas.
Depois de dois anos de sacrifício, conquistei minha vaga na Universidade Federal Fluminense (UFF). Me formei com excelente desempenho acadêmico. Fiz o que nos ensinaram que era o “caminho certo”.
Logo após a graduação, ingressei no Exército Brasileiro como dentista, no posto de tenente. Permaneci no Rio de Janeiro por oito anos. Nesse período, investi pesado em formação técnica: pós-graduação e mestrado na PUC-Rio.
Aos meus próprios olhos, eu estava pronto.
Voltei para a Bahia, para Itabuna, acreditando que chegava diferente — culturalmente e financeiramente mais preparado.
Foi aí que veio o choque mais duro da minha vida profissional.
Eu não era o destaque.
Eu era o mais pobre da roda de amigos que havia deixado no interior anos antes.
Aquilo me desmontou. Pela primeira vez, questionei seriamente minhas escolhas. Eu havia feito tudo “certo” — faculdade pública, pós, mestrado, carreira sólida — e mesmo assim o resultado financeiro era frustrante.
Não faltou esforço.
Não faltou inteligência.
Faltou algo que ninguém nunca me ensinou.
Educação financeira.
Percebi que eu sabia operar bocas, mas não sabia operar dinheiro.
Sabia gerar renda, mas não sabia construir patrimônio.
A partir dali, mudei de rota. Não de profissão — de mentalidade.
Fiz MBA, busquei formação fora do ambiente tradicional da Odontologia, estudei investimentos, negócios e comportamento financeiro. Mudei completamente a forma como eu pensava, ganhava, gastava e investia dinheiro.
Dez anos depois, o resultado veio.
Conquistei minha Independência Financeira.
Pude escolher onde viver — e não apenas aceitar o que aparecia.
Hoje moro nos Estados Unidos com minha família.
E olho para trás com uma convicção clara: o maior erro da minha trajetória não foi técnico — foi estratégico.
É por isso que essa história existe aqui.
Para que outros dentistas não precisem levar 10, 20 ou 30 anos para descobrir o que eu descobri tarde.
Ricardo
Inclua a história de sua família aqui. Escolha uma foto importante que capture a vibe ou o enredo da sua postagem. Dê detalhes e tente descrever tudo o que aconteceu nas suas próprias palavras. A história pode ter qualquer tamanho, mas tenha sempre o leitor em mente. Inclua informações o suficiente para que suas histórias não fiquem incompletas. No entanto, histórias com muitas páginas podem ser mais difíceis de ler nesse formato.